domingo, 28 de junho de 2009

Eu queria ver o futuro próximo, gostaria de saber que decisão tomar, sei que quanto mais o tempo passa maior o perigo. Gostaria de entrar em uma caverna e ficar lá por alguns meses, gostaria de não falar com ninguém por algum tempo.

Gostaria de me sentir a salvo sem precisar me defender o tempo todo, sem essa tensão.

Tenho vontade de me encantar com a beleza sem medo que ela me cause dor...

Não gosto da ordem desse mundo, não quero aceitar as leis, me sinto um esquisito no meio de coisas que nunca vão sentir-se a vontade comigo. Sempre que falo, preciso de tato para lapidar palavras, para não assustar.

Quando eu sinto a tristeza e a solidão no outro me identifico prontamente e tenho vontade de protegê-lo e guardá-lo. Sou da raça dos perdidos e loucos.

Não posso falar de Deus. Será que Ele me fez assim? O que será que me deixou assim?

Sinto que minha vida não tem propósito nenhum a não ser o de procriar e morrer, mas eu luto com todas as minhas forças contra essa idéia, e essa interminável guerra às vezes me sufoca. Mas eu vou lutar sempre, vou lutar sempre... Com todas as minhas forças, até a morte.

Apesar de tudo me dizer que estou errado e ser uma luta desleal, sinto que o caminho que escolhi me levará pra casa, longe daqui, pode ser uma ilusão... Mas essa ilusão é o tudo o que tenho, agarro-me a ela como a um corrimão que me guia pra frente. Se for pra ver beleza onde só existe tristeza, vou me sentar e acariciar a escuridão, e me preparar para lutar pela liberdade de dizer “não” para o que não queremos, seja contra a natureza, seja contra Deus, seja contra a luz.

Não existe só uma verdade. Eu creio... Creio nas possibilidades para a liberdade, quero que as asas se abram e os anjos renegados levantem seus olhos para o orgulho e respirem a alegria, sem culpa, sem correntes, sem dor, sem torturas. Sei que não sou o único. As lágrimas de sangue que engolimos nos fortalecerão. De peito aberto, tiremos nossos joelhos do chão, será que todos os filhos devem sempre seguir o mesmo caminho dos pais? Não importa, minha resposta é “não”.

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