quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

as músicas mais tristes são as que cantam como deveríamos ser felizes
o café esfriou
o sonho morreu
a juventude acabou
sorria, vá à praia, beba, exalte o consumo
de si

sangre, levante
perdoe e seja perdoado
você nasceu do pecado

outro emprego, outro carro, outro namorado

em algum lugar está seu amparo
procure
a culpa
é toda
sua
por não ter achado

suas falhas

imperfeito,  não chore, soldado, seja honrado.

quinta-feira, 18 de agosto de 2016

se é pra sofrer, coração, pra quê?
Pra que te quero, coração?
Bate só pra machucar

Minhas tardes de verão

Minhas noites sem dormir

Pra que te quero, coração?
Por que você não para de sonhar?

Este é o coração valente, ele ama toda

a gente

Ele ama quem não lhe ama e ajuda quem

não lhe pede
Preciso te contar

Um segredo que é só meu

Não dá pra segurar, é mais forte do que

eu.

Se o amor existe?
Ah, estou certo que sim!
Só não procure em corações vazios



O resto é silêncio.

sábado, 16 de janeiro de 2016

o que é a morte?

quando seu apego desaparece
sua alma morre
seu coração não dispara

por nada


o mundo inteiro são punhais esperando sua fraqueza

quando eu não morri tomei a decisão de ir até o fim... péssima ideia

Tudo é dor, tudo são lagrimas, por nada.




sábado, 3 de outubro de 2015

adaga corta, sangra
eu mataria se fosse liberdade
nunca consegui terminar
o caminho da navalha

pura covardia, só, mais nada.
mas não dou valor
não guardo magoa
não guardo nada

guardaria seu coração numa caixa

não sinto pena
mas masoquismo é um pouco minha praia

ser "espirito superior" já não me interessa
quero que esse demônio que você chamou
faça amor com sua alma.

que pontas dentes afiadas
cintilando escuridão
tracem seu rumo, não protejo, não oro
por uma vadia atormentada

vou ver a sua queda
sem trégua
não é culpa minha
vejo, não teço

De onde estou
cruzo os braços e observo
a armadilha que você se armou
boa viagem!



Eu nunca soube muito bem como lidar com o mundo, em certa época pensei que o erro fosse meu,  deixei que pessoas se aproximassem, conheci um bizarro baile de máscaras.
Se você se sente assim, saiba que não é você o curinga do baralho, o louco, o enforcado, você talvez seja um dos rebeldes e isso não é nada.

A realidade é subjetiva.

Não se engane, caro artista, sem arte o mundo não é nada,

Minha intenção era das melhores, fazer as pazes.
Hoje eu rasgo a realidade com as unhas, puxo a pele fina que se enrola, só existe escuridão.
Observo o cotidiano distante, pessoas que passam, conversas vazias, por dentro me encolho, traído, na dor.
São ratos e baratas que roem a nossa vida, o desejo é abstrato.
Só há escuridão.
Respirando a imundice do mundo sorrio para fantoches vazios de alma e com um buraco no lugar do coração, onde esta a escuridão.
Esse quadro surreal se desmancha num borrão... Explosões distantes...
Da caixa escura dos meus pensamentos surgem seres que se contorcem e com as mãos retiram fios vermelhos do estomago e oferecem como prova de vida, “veja” eles falam e caem ecoando pelo chão, a neblina negra os devora.
Dedos e sangue se misturam,  pele, olhos, sobrancelha... Tudo estremece numa oscilação venenosa, da escadaria vem a destruição e vai embora.
Aos poucos a realidade se levanta, ela sempre volta. Recolho fragmentos de passado e faço o sentido do agora, aprendemos a sobreviver um dia e isso nos escora.

Meu juízo me repreende e dá risada... Não há fuga mais insana do que fazer piada... 
Quanto mais experimento a vida, mais aprendo aprendo a morte
 cada um de nós, completamente sós.
Pessoas e mundos passam por nós como furacões, sacodem nossa ordem, depois deixam aquela sujeira que sempre estamos limpando, lagrimas num canto, sorrisos pelo chão, fotos que ficam amareladas na memória. E acumulamos varias caixas antigas de lembranças, todas diferentes, mas se não colocamos etiquetas não as diferenciamos