A misteriosa branda face tua,
velada de indissociável treva,
Sorris brumosa e sinistra lua!
Fenda na dádiva de Minerva!
Ergue teus olhos, maldita lira,
tange a canção da dor infinita!
Que covardia insólita
Faz esconder-te na ira?
Tuas cordas têm o som
rangente das forcas,
é o tom da pedra-coração
que por misérias tu trocas.
Tens qualidades baixíssimas,
alma de cortesãs imundas,
liberta no culto às magias lascivas
das paixões impuras.
Dos cantos que tua música prova,
dor e destruição ressoam,
ecoam em tua desonrada trova
os sentimentos que te abandonam.
Vês? Decadente é tua fuga.
Teus ouvidos se voltarão às odes,
escape então, enquanto podes
tua obra é tua verduga.
Voe pássaro condenado,
a covardia é teu espaço,
quando te aproximares de superfície, em laço
numa armadilha certa serás devorado.
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