sábado, 27 de junho de 2009

Minha intenção era das melhores, fazer as pazes.
Hoje eu rasgo a realidade com as unhas, puxo a pele fina que se enrola, só existe escuridão.
Observo o cotidiano distante, pessoas que passam, conversas vazias, por dentro contraio, traído, na dor.
São ratos e baratas que roem a nossa vida, o desejo é abstrato.
Só há escuridão.
Respirando a imundice do mundo sorrio para fantoches vazios de alma com um buraco no lugar do coração onde esta a escuridão.
Esse quadro surreal se desmancha num borrão... Explosões distantes...
Da caixa escura dos meus pensamentos surgem seres que se contorcem e com as mãos retiram fios vermelhos do estomago e oferecem como prova de vida, “veja” eles falam e caem ecoando pelo chão, a neblina negra os devora.
Dedos e sangue se misturam: pele, olhos, sobrancelha... Tudo estremece numa oscilação venenosa, da escadaria vem a destruição e vai embora.
Aos poucos a realidade se levanta, ela sempre volta. Recolho fragmentos de passado e faço o sentido do agora, aprendemos a sobreviver um dia e isso nos escora.
Meu juízo me repreende e dá risada... Não há fuga mais insana do que fazer piada...

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