segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Asilo a correnteza do destino e lhe desejo nas paginas dessa história. Ancestrais segredam que vim ao mundo para acomodar contornos e nas ondas mornas lenitivas reconstruir almas divididas.
Não afronte este ofício com gracejos, pois ele apresenta-se grave, sorrindo pontas e olhares acesos (entre meus mais densos receios).
Dias absurdos são os escolhidos para encarar demônios (que meus piores pesadelos perdem de longe).
Vagarosas sazões de noites escuras abrigam combates silenciosos e quando passam ninguém percebe quantos seres das trevas vieram e foram embora.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Quanto tempo tem o tempo
No tempo em que o tempo
Não vale um vintém?
Quanto tempo tem o tempo
Que tempera a cor do dia
Se está claro que na noite
O tempo todo choveria?
Quantos tempos têm um tempo
No tempo que não para?
Se de sonhos vive o homem
É a terra que o ampara.
Quanto tempo tem o tempo
Das pessoas que insistem em escrever?
E quanto tempo tenho ainda
Para ver o tempo que tenho
Escrevendo estas, perco o meu
E o seu tempo
Escrevendo todo o tempo
Que você acabou de ler.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

O tolo o tempo todo perde a convicção.
Vermes corroem as sementes antes da arvore.
Existência insólita suspende sentimentos rotos.
Imensos precipícios entre vingança e destroços.
Majestades declinadas...
Lembranças esfaceladas...
Aroma de livros senis e madeira nova.
O pincel segue a nervura do violino.
Ébrios de vida...
Pérola liquida...
Aço esguio noturnamente cintila.
Curvas acariciando róseas fronteiras.
Cristal cheio de sabores plenos.
Questões correm profundas por acasos.
Longe brigam os gatos.
E mais silêncio e mais nada.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

red box...













Mais um animal humano no mundo... nu mundo...
como você...
e como! Ah, se como...
Se como no reino dos sonhos fossemos todos santos...


meu vegetarianismo-político me poda... É fo...
É fora de realidade, apenas.


Meu eu-ilícito acorda e se passo a língua os dentes são só pontas, sem contas, em noites nevoentas só confusão e ervas jovens e horas mortas, tudo coberto com orvalho fresco, não existem números pra tantos ossos... faltou comunicação... e cigarros.

Puro disparate... Ah! E a pureza! Essa é brutalidade intensa, de castidade e risinhos vergonhosos se constrói violência, não sejamos ridículos, ora.

Que a certa altura de escuridão nem o tempo nos devora... E você? ora? Implora?
Se lhe ouvem do outro lado, aconselho como amigo, que corra e se esconda.

Ah! É das faltas mais graves pronunciar palavras que não precisam ser ditas.
e tenho dito...

e como...