Infinita e imóvel sinfonia é o som da dor que a alma aprecia alimentada e adorada pelo mal que nos abriga. Em um mundo morto onde os abortos de estúpidas ilusões nos aliviam.
Conforta-me o toque da morte nos sonhos, toda noite livra-me da esperança maldita.
A imundice é o que corre nas veias da carcaça moribunda do demônio em que caminhamos todos os dias achando que é vida.
O gozo do profano é celebrado no prazer mais puro que criamos, mas quando a consciência reclama sempre caímos de joelho pela redenção apocalíptica.
E no circulo deplorável da nossa condição humana nos orgulhamos de ser nada e ser menos ainda a cada instante.
Tendo inveja do quanto o outro pode ser mais desprezível criamos guerras por menos que a miséria que somos.
E grosseiramente fácil nos tornamos escravos da engrenagem que criamos.
[Eron, 2005]
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