Flutua a Esquina e bandolins feridos
Tocam sobre o silêncio das vielas
A sombra veste o bairro e seus vestidos
Dançam a valsa triste das janelas
Nos quartos as jangadas descem o rio
Tripuladas de mudos navegantes,
O sono fala a língua do arrepio,
E os livros sonham longo nas instantes.
O asfalto vai subindo pelas portas,
Tingem-se escadarias alumbradas,
E tudo é noite, seiva de horas mortas,
E tudo são canções apascentadas.
Apenas o silêncio no universo,
Soprando paina sobre a cor do vento
(Paulo Bonfim - Sudito da Noite)
Nenhum comentário:
Postar um comentário