há corações que sangram
uma dor que o mundo não transmuta
sangram o sangue que suas almas não comungam
a folha cai, a pedra funda
a água vai e pelo amor solitário expurga
vejo homem, sou planta, a pedra superior
tento calma, a minha alma, que cresce
de terrível, tanta dor, é maior que o mundo
vi a cor, senti o som, anjos sofrendo sem retorno
a flor que nasceu no asfalto
a folha verde que rebelde cresce
a alma da arte arde e clama
sozinha, nula, impotente
seus filhos puros sacrificados
que sacro oficio
ter um mundo tão lindo
e nele viver seres de si exilados
a pureza é a rebeldia
dessa era tão insana
onde estão os guerreiros bons
que protegem as almas puras?
O gambá apedrejado
a erva forte que é julgada dana
quem enxerga a doce canção
que esses anjos cantam?
que nos acalante a ilusão de um céu