terça-feira, 17 de novembro de 2009

O navio sombrio segue pela noite enquanto a vida precipita-se, esbarra e morre em pequenos conceitos.
Passageiros em cabines escuras idealizam o infinito, imaginando que um passo errado os levará ao abismo, ignoram sua prisão.
O amor é uma cilada. A felicidade é verdade adulterada.
Amizade são ratos e baratas que roem a nossa alma enquanto vemos televisão.
Para que a realidade dê lugar aos sonhos a paz é a solidão, drogas sintéticas e musica surreal.
O desejo é abstrato.

É triste viver aqui, para que um sorriso venha é preciso esquecer-se de si.
O que será pior: matar a alma para continuar vivendo ou matar o corpo para poupar a alma?
Essa vaga ideia de eternidade é um tormento, quanto tempo isso pode durar?

2 comentários:

Oicreal disse...

Ataque seu "destino" com as mãos, estrangule-o até ele desistir, assuma o controle descarte o que não vale mais... crie e modele aqui que lhe satisfaz.
Domine e não será dominada.

Anônimo disse...

Toda vez que leio algo seu crio um filme na minha cabeça...posso sentir você ali, é como se não fosse necessário conhecer você entre os sons da suas palavras...esse ritual que acontece toda vez que conhecemos alguém...
É tão mais intenso e palpável que isso...neste momento que leio eu sou você e você sou eu...tudo sobe à superfície, toda ecuridão, todas as sombras que nos perseguem...
E me identifico com o que vejo ali, saindo dos cantos frios e escuros...
"Amizade são ratos e baratas que roem a nossa alma enquanto vemos televisão." É só assim...quando escrevemos que podemos ser tudo que somos, que alívio é tirar as máscaras, despir toda roupa...
Estamos sós, nuas, livres...
E aqui todos podem tocar nossa nudez e sentí-la como bem entendem...