quinta-feira, 12 de março de 2009

Vejo-lhe encolhida sob escombros, no nada. Mais um corte no seu amor.
Ah, você não a aprende que os monstros se aproximam em forma de anjos... Veja agora, quanta dor.
Faço o que posso, sento e faço parte do silêncio, a noite lhe envolve com seu manto e juntos lhe fazemos invisível por algum tempo.
Consertamos o estrago, mais um! Pobre coração, todo remendado.
Seres escuros correm pelos cantos, atraídos por essa aura densa, não tenha medo, veja que, como uma muralha, se põem ao seu redor, sua laia.
Duvide sempre de quem tenta lhe convencer que para a beleza só tem um lado, que a maldade só tem uma face.
Arrastam-lhe sempre para a luz, lhe despem e abandonam. Qual absolvição?
Se é na noite que vivem os sonhos, e as vozes enganosas lhe revelam suas maldades... É onde nós estamos, junto às sombras, onde apenas os nossos se encontram. Cada ser tem seu lugar no mundo, não lhe parece evidente que, com tanto a ser visto, cada um encontrasse seu caminho em vez de seguir um único fluxo?

Minhas mãos, frias como as suas, tocam o seu rosto, reconheça seu lar, sinta com mansidão a sua vida.

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