terça-feira, 28 de abril de 2009

Machuco minhas costas com as unhas, não há dor. Esta tudo caindo.
O tempo derruba tudo, os sonhos, os cabelos na pia...
Paro diante do mais imenso medo,
não posso encarar...
É uma tragédia, um fim, para um recomeço assustador.
Não, esse não. Não.

A lâmina tem uma ponta útil, mas não esta afiada.
Eu não exagero em nada.
Não há.

O sono me leva para o amanhã, apelo para deuses e demônios, não sou nada fiel, ofereço alma, incenso, vela, papel... Peço pra fumaça levar meu pedido longe... Ninguém responde.

De quanto medo é preciso para a covardia apelar para o ultimo sono?

De quanta coragem sobre a covardia estamos falando? Essa é uma negociação. A caixa vermelha, o céu profundamente negro, claridade artificial.

Eu prometo, e juro, e silencio.

A caixa vermelha entre os livros.

Céu profundamente negro, nuvens sutis.

A claridade artificial em letras.

Nem posso olhar, fraco que sou, um verme.

Caminho distante até a prateleira de livros, afasto, pego a caixa, abro vermelha, dentro lamina virgem, coloco no altar, a luz da lua alcança.

Se é pra ser o mau, que seja poético.
Calmaria combinada com profunda apatia
Em condições irreais o que mais se esperaria?
Em uma curva adulterada mais uma rasteira da vida
Numa noite onde até lua morria
AS portas estavam expostas
Mas não se propôs um único viajante
A vigília dos sonhos esteve viúva
E nos céus não havia estrela alguma
Porque a morte caminhava
Entre insones desesperos
Profundamente congelados
Nas almas de velhos amantes.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Meu coração está vazio. Não há.
Quando algo precisa mudar ou morrer qualquer uma das escolhas causa dor.
Nem sempre mudar é a escolha preferida, é muito mais fácil desistir. Não há nada de errado em ser covarde, apenas é triste.

E a tristeza sempre vem, não importa como, às vezes fica por muitos anos, nos acompanhando como uma sombra, outras vezes apenas nos acaricia e vai embora, voltando de quando em quando... mas sempre vem, de um jeito ou de outro.

Pensar na tristeza como algo bom deixa tudo mais fácil. Precisamos entrar em nós mesmos, observar com calma, é uma dádiva que a tristeza proporciona, nos faz encontrar tempo (tão escasso hoje em dia) para a reflexão, para a arte, para a música, a poesia... Para emoções tão pessoais e profundas que esquecemos na praticidade do dia-a-dia.